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  • Fátima
  • 16 de jan. de 2020
  • 3 min de leitura

Conhecido actualmente como Mar do Japão, o mar que banha quatro países, República da Coreia, Coreia do Norte, Russia e Japão, é conhecido há mais de 2000 anos como Mar de Leste. Um mar que guarda cicatrizes de um passado doloroso. De acordo com as crónicas dos Três Reinos, Goguryeo, Baekje e Silla, publicadas em 1145 d.C, o nome Mar do Leste era utilizado desde o ano 59 a.C.

O nome Mar do Japão foi usado pela primeira vez por Mateo Ricci em 1602, mas vários documentos históricos japoneses nunca se referiram a esta área de mar como Mar do Japão. Em 1929, quando a Organização Hidrográfica Internacional, (OHI), publicou a primeira edição de Limites de Oceanos e Mares, a Coreia estava sob o domínio Japonês e foi privada de se pronunciar a respeito do nome Mar do Leste, o mesmo acontecendo na segunda, publicada em 1937 e na terceira, em 1953. Durante o processo de negociações sobre o Acordo de Pescas, em 1965, as Coreias, incapazes de chegar a um acordo sobre o nome do mar, resolvem usar ambos os nomes simultaneamente. Actualmente mais de 97% dos mapas usados em todo o Mundo, excepto os da República da Coreia e os da Coreia do Norte, utilizam exclusivamente o termo Mar do Japão. Na sexta Conferência das Nações Unidas sobre Padronização de Nomes Geográficos, em 1992, ambas as Coreias propuseram que se use o termo Mar do Leste ou então o uso conjunto dos nomes. Desde então ambas as Coreias levam este assunto a conferências internacionais das Nações Unidas e em reuniões da Organização Hidrográfica (OHI).

Mas, afinal, há quanto tempo é usado o nome Mar de Leste? A República da Coreia apresenta vários documentos que atestam que este mar foi sempre conhecido como Mar de Leste devido à sua localização e por a Coreia ser conhecida por Reino do Leste. No epitáfio do rei Gwanggaeto da dinastia Goguryeo, Coreia 414, século V, há referência ao Mar de Leste, assim como inúmeras outras referências. O nome Mar de Leste significa não só o mar localizado a leste da Península Coreana, como a leste de todo o Continente, assim surge em todos os mapas coreanos. Também num mapa de viagens de Marco Polo (1254-1324) surge o nome Mar de Leste. O Japão argumenta que o nome Mar do Japão foi estabelecido no século XlX, a pergunta que se coloca é: Como era até então conhecido este Mar? Surpreendentemente os mapas oficiais japoneses produzidos até finais do século XlX, como o Mapa Simplificado da Períferia do Japão feito por Xogunato Tokugawa (日本邊界略圖, 1809) e o Novo Mapa Mundo (新製輿地全圖, 1844) definiam o Mar do Leste como Mar de Joseon, que significa Mar da Coreia. Mais notável ainda é que esses mapas usavam o nome Mar do Japão para se referir ao mar a leste do Japão, ou seja à parte do Oceano Pacífico na costa oriental do Japão. O Japão alega que a ONU reconheceu o nome, Mar do Japão, como um termo geográfico padrão. Será isso verdade? Em 2009, numa carta enviada ao governo coreano, o secretariado da ONU deixou claro que a ONU nunca autorizou o nome Mar do Japão, é apenas uma prática do secretariado e que este não é um termo geográfico padrão que outros países devam usar, o que prova que a alegação do Japão é falsa. A OHI, principal autoridade internacional neste domínio, recomenda que, se vários países não concordarem com uma definição única sobre uma área marítima compartilhada, cada um dos nomes deve ser aceite. (resolução da OHI A 4.2 parágrafo 6, 1974) devido a esta resolução, um número cada vez maior de Atlas, publicações e livros didácticos importantes, também se referem a esta extenção de água como, Mar de Leste.

Este mar não é pertença de um único país, mas sim compartilhado por vários países, por esse motivo as Coreias querem o uso simultâneo do nome Mar de Leste, visto ser o nome mais antigo desta extensão de água. Fica um vídeo para os mais curiosos:



 
 
 
  • Fátima
  • 20 de nov. de 2019
  • 2 min de leitura

Inserido na Semana da Cultura Coreana 2019, realizou-se no dia 16 de Novembro, na Universidade Nova de Lisboa, uma demonstração de Taekwondo, arte marcial coreana, seguida de um workshop de Kimchi, uma das comidas mais tradicionais da Coreia.


O Kimchi é um prato coreano apimentado, como praticamente toda a culinária coreana, que é feito a partir de vegetais salgados e fermentados. O principal ingrediente é uma pasta de pimenta em pó, alho, gengibre, pimenta vermelha, açúcar, molho de peixe, cebolinho, cenoura, alho-porro, sésamo e farinha de arroz. O Kimchi mais comum é feito com repolho mas na realidade existem mais de cem variedades deste clássico da culinária coreana, desde feito com rabanete, pepino ou folha de mostarda.


A sua história


O Kimchi remonta aos três reinos da Coreia, Goguryeo, Baekje e Silla, de 57 a.D. 668 d.C.

Onde se encontra

Em qualquer parte da Coreia encontramos kimchi. Em Jeonju, a capital gastronómica da Coreia, tornam o kimchi mais forte do que noutras variedades, adicionando molho de peixe. Na província de Jeollanam-do, no sudoeste da Coreia, juntam corvina e peixe manteiga amarelo. Na região centro-oeste de Hwanghae-do não usam pimenta vermelha, enquanto as regiões do sul apresentam as variedades mais picantes de todas. Até a Coreia do Norte tem a sua própria receita, que geralmente é menos picante, menos vermelha e armazenada por períodos mais longos de tempo.

O Kimchi de pepino, (o pepino da Coreia é diferente do nosso) é considerado um super alimento, está ligado à perda de peso, pele saudável e ajuda na digestão. Cheio de bons probióticos, vitamina A, B e C, antioxidantes, foi considerado um dos alimentos mais saudáveis do mundo, pela Organização Mundial de Saúde.

Na Coreia consomem-se 1,5 biliões de toneladas de kimchi por ano. As receitas são passadas de geração em geração e a maioria das famílias coreanas têm frigoríficos separados, com a temperatura controlada, apenas para o quê? Para o belo do kimchi.

Em Novembro, todo o país se prepara para a temporada do kimchi, preparando a salmoura para a fermentação. É uma tradição que colocou a Coreia na Lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO e que celebram com alguns festivais, como o Seul Kimchi Making & Sharing Festival. Desconfio que em vez de dizerem “cheeeeese”, ao tirar uma fotografia, os coreanos dizem “kimchiiiiiii”

Devo dizer que para mim foi como aquele famoso slogan da Coca-Cola, “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”

Atrevam-se a experimentar e comprovem!


 
 
 
  • Fátima
  • 7 de nov. de 2019
  • 3 min de leitura

Desta vez, a minha paixão pela Coreia levou-me ao futebol. Sendo orientais, ideia minha,

o desporto favorito seriam as artes marciais, como o Taekwondo, por exemplo, o futebol seria coisa de ocidentais, pensava eu, e pensava tão mal 😅 Foi por estas bandas que nasceram os grandes nomes do futebol, como o Maradona, o Pelé, o Eusébio, o Cristiano Ronaldo, o Messi, o Neymar e tantos outros, mas eis que descubro que na Coreia também são apaixonados por futebol e até têm o herói lá de casa, o sul coreano, Son Heung Min, um jovem de 27 anos, que joga pelo Tottenham, e que está na selecção da Coreia do Sul e, por ser tão bom, conseguiu o que poucos conseguem, evitar o serviço militar (a relembrar que o mesmo ainda é obrigatório, na Coreia do Sul, para todos os homens entre os 20 e os 30 anos).

As Coreias têm ódios de estimação, mas une-as uma mesma paixão, o futebol. No dia

24 de Outubro de 2019, após 30 anos, as duas selecções voltaram a encontrar-se em Pyongyang, na Coreia do Norte - isto porque, em 1999, no apuramento para o Mundial de

2010, houve jogo marcado para o mesmo local, mas a recusa por parte da Coreia do Norte

em permitir que o hino da Coreia do Sul fosse tocado e a bandeira hasteada, fez com que o

mesmo se realizasse em Shangai, na China. Por este motivo, os jogos entre as ambas as

selecções, só aconteceram fora da Coreia... até agora.


A Coreia do Norte surge, pela primeira vez, em 1966, num Mundial de Futebol e, considerada a selecção mais fraca, fez um brilharete. Começou por perder com a União Soviética, empatar com o Chile e eliminar a Itália, o que lhe valeu acesso aos quartos de final onde defronta quem? Portugal. Neste jogo começaram a vencer por 3-0, com os ingleses a torcer por eles (isto para evitarem jogar connosco que, à altura, tínhamos por lá o nosso Eusébio). Acontece que neste jogo, contra a Coreia, o nosso génio lhes oferece de bandeja 4 golaços, terminando o jogo com um 3-5. Mal o nosso que, com esta vitória, acabámos por defrontar mais tarde a Inglaterra - mas isto agora não interessa nada, até porque estamos a falar das Coreias 😂


No Mundial de 2010, a Coreia do Norte volta a defrontar Portugal e desta vez levou para casa 7 golinhos, saindo eliminada na primeira fase. Quanto à Coreia do Sul, participou 5 vezes no Mundial de Futebol - um bocadinho melhor que a sua vizinha, que só participou 2. Agora encontram-se no mesmo grupo, H, e à frente com o mesmo número de pontos, 7, a disputar a presença no Mundial de 2022.


No dia 24 de Outubro enfrentaram-se e empataram a zero bolas. O avançado do Tottenham, Son Heung Min, diz que não se vai esquecer tão depressa deste jogo que considerou uma experiência estranha e que os jogadores sul-coreanos tiveram sorte em conseguir evitar lesões no jogo contra os norte-coreanos, que considerou “muito duros”.

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O selecionador da Coreia do Sul é nosso conhecido, fala português, tem mau feitio e responde por Paulo Bento. Pois é, o nosso Paulinho mal regressou à Coreia do Sul foi logo apresentar queixa à FIFA contra a selecção vizinha, porquê? Então não é que foram para Pyongyang jogar, sem adeptos nas bancadas e sem jornalistas? O sacana do Kim Jong-un tem mesmo um feitiozinho atravaessado, só deu vistos aos jogadores e à equipa técnica, o resto ficou em casa. Do jogo apenas se sabe que o relatado acima por Son Heung Min, não estava ninguém a assistir nem a relatar.


Como bom português, o nosso Paulinho ficou bravo, é que não se faz.


Em 2020 será a vez da Coreia do Sul receber a Coreia do Norte em Seul, esperemos que, desta vez, com as bancadas cheias.


 
 
 

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