K-pop, um estilo de música que nos chega Da Coreia
- Fátima
- 27 de out. de 2019
- 3 min de leitura
Da Coreia, chega-nos um estilo de música diferente: o K-pop. Diz-se que quem começou tudo foi o Psy, em 2012, com "Gangnam style", mas será? A verdade é que não.
Estávamos nos anos 90, mais precisamente em 1992, quando um grupo, Seo Taiji and Boys, participou num programa de talentos. A canção não foi a mais pontuada, mas foi a mais notada no país inteiro pela forma como se apresentaram e também devido à influência musical do pop americano, hip-hop, pop-rock e Electronic Dance Music. O país, que vivia uma época cinzenta devido ao pós guerra, habituado às músicas tradicionais, viu no alvoroço causado por aquele som algo a ser explorado. E assim foi. Yang Hyun Suk, um dos integrantes do grupo, viu uma oportunidade e acabou por se tornar o fundador de uma das maiores empresas de entretenimento da Coreia do Sul, a YG Entertainment. Em 1996, apesar do país ainda estar em crise, surge um novo grupo, os HOT, da concorrente SM Entertainment, que faz história ao vender mais de dois milhões de discos.
A partir daqui, nunca mais parou. Surgiu o K-pop antes mesmo do termo se consolidar.
Quanto ao Psy, foi ele quem projectou o K-pop além fronteiras, quem o tirou da Coreia e o tornou conhecido no mundo inteiro, o seu "Gangnam Style" lançado em Julho de 2012 atingiu, em Dezembro desse ano, um bilião de visualizações no Youtube, foi o vídeo mais visto até 2017. De tal forma que o governo mandou construir uma estátua em sua homenagem no bairro com o nome da sua música, Gangnam.
Hoje em dia é difícil saber quantos grupos femininos e masculinos de K-pop existem na Coreia, são muitas as empresas que "fabricam" estes artistas, ou ídolos como são chamados na Coreia, as mais conhecidas são a SM Entertainment, JYP Entertainment, YG Entertainment e a pequena (mas enorme) Big Hit que detém os famosos BTS.
Estas empresas não brincam em serviço e gerem as carreiras destes jovens de forma muito rígida e disciplinada. No K-pop, quando os candidatos são seleccionados por uma destas empresas, é a mesma que passa a tratar de tudo: desde um tratamento de dentes, de pele ou até mesmo uma cirurgia plástica. A empresa paga, até porque a imagem é tão importante quanto a música... talvez mais.
A empresa oferece também aulas de dança, canto, teatro, ensinam como falar em programas televisivos, pagam cursos linguísticos...
Geralmente são escolhidos os jovens entre os 13 e 14 anos, mas chegam a passar nove anos até serem apresentados ao público. Durante esse período trabalham e estudam muitas horas, afastados das famílias e amigos, moram em alojamentos oferecidos pela empresa, por vezes em comunidade. Ah! E ter namorados ou namoradas? Claro que não... completamente proibido. Têm que ter uma imagem perfeita, um estilo de vida ditado pela empresa, uma vida privada restrita e algumas destas empresas até as redes sociais controlam. Depois de tantos anos e dinheiro investido na preparação destes grupos, quando finalmente chega o dia de se apresentarem, ou debutarem, estes aspirantes a artistas nem sempre começam a ver a cor do dinheiro, primeiro as empresas têm que reaver o que investiram neles, significa isto que durante todos estes anos a única coisa que estes jovens têm é, casa, comida e formação, infelizmente nem todos aguentam esta pressão e muitos destes ídolos, que aos nossos olhos são lindos, ricos e com sucesso, são infelizes, sofrem de depressão e alguns chegam mesmo a cometer suicídio.
A Portugal ainda não chegou a febre do K-pop mas acredito que muito em breve chegará. Grupos como os BTS que esgotam estádios de futebol nos Estados Unidos, Brasil, Emirados Árabes, Londres, Paris, etc... Mais dia menos dia chegarão a Lisboa.
Por agora, teremos os VAV, grupo formado por sete bonitos rapazes de nome Baron, Ace, Lou, Jacob, Ayno, Ziu e St. Van. Surgiram em 2015 e têm feito sucesso sobretudo na América Latina, o que os levou a lançarem músicas com sonoridade latina como “Señorita” e “Give me More”, esta última com a participação de De La Ghetto. Acabam de lançar, no dia 27 de Outubro, o seu último trabalho - Poison - e a tour pela Europa começa no dia 18 de Novembro, passando por Colónia, Budapeste, Paris, Londres, terminando a dia 25, em Lisboa, no estúdio da Time Out, espaço por onde já passou o também coreano, Eric Nam.
E desengane-se quem pense que um Meet&Greet com estes meninos é canja, pois não é, a título de curiosidade: o bilhete para o encontro custa 145€ (normal 40€) e dá direito a um "hi touch" e uma assinatura num poster fornecido por eles, não há cá nada de abracinhos ou beijinhos nem fotos ou filmes... gente estranha esta.
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